"Não tenho tempo para mais nada.
Ser feliz me consome muito."
Clarice Lispector
Essa maravilhosa escritora basileira sempre me fascina ;até mesmo relendo seus escritos.
Quando quero entrar em contato com o mais secreto da minha alma , leio Clarice.Ela é um vulcão sempre prestes a entrar em erupção e é assim que me sinto.
Não sou nada básica, nada comum.Sou uma "pororoca"-meu apelido de infância que pouca gente conhece, dado pela pessoa mais linda que já conheci nesta vida: Sorela, que tinha a verdade estampada na alma, mãe de uma querida amiga de infância , Nenê.
O "Pororoca", não é difícil deduzir; vem de uma personalidade irriquieta e cheia de curiosidade sempre às voltas com os "porquês" da vida.Se meus 5 filhos tivessesm saído à mim, por certo teria enlouquecido;só Fábio e Cássio têm essa inquietação.Os demais saíram ao pai: centrados e tranquilos.
Clarice era impulsiva.Eu também sou e esse é um traço que gostaria de ter mudado, mas creio que vou morrer com ele.
Vejam como ela descreve sua impulsividade:
"Sou o que chamam de pessoa impulsiva.Como descrever?Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente.O resultado tem sido meio a meio:às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham nunca e às vezes erro completamente, o que prova que não se trata de intuição, mas de simples infantilidade.Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos.E até que ponto posso controlá-los....
Deverei continuar a acertar e errar , aceitando os resultados resignadamente?
Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta?
Também tenho medo de tornar-me adulta demais; eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil que tantas vezes é alegria pura.
Vou pensar no assunto.E certamente o resultado virá na forma de um impulso.Não sou madura bastante ainda
.Ou nunca serei."
Os romances de Clarice mexem no mais profundo do nosso ser.
Lidam com questões como a verdade, solidão , amor, felicidade, angústia do viver,transitoriedade e a condição humana-questões que muitas vezes estão dentro de nós sem resposta,incomodando.
Nos seus textos essas questões brotam de fatos banais do cotidiano de depois "jorram" incontrolavelmente de um fluxo de consciência muitas vezes dolorosos.E aí identificamos de onde vem nossas "dores".
Afinal, cada um tem a sua neste mundo.
Cada um sabe a dor que carrega.
Acabei de reler Laços de Família.São 13 contos que tratam da "prisão doméstica" e de como através de laços familiares as pessoas têm sua consciência e seus desejos controlados , reprimidos, e submetidos .
Recomendo primcipalmente para quem acha que tem a família perfeita.
GUARDA-ROUPA PRO ‘EFEITO SANFONA’
-
Tem coisas na vida que não são as ideais, que existem — e a gente lida da
melhor forma que puder, né. Não é incomum a gente ter, na consultoria de
estilo p...
Há 7 anos
3 comentários:
Mirian
9 de setembro de 2009 às 23:53Sua impulsividade pelo menos enquanto trabalhou comigo, sempre foi muito frutífera.Lembra da pesquisa dos Guias Curriculares?
Não a perca nunca;pensar muito antes de agir faz das pessoas uma neuróticas-depressivas.E chatas.
Rose Neubauer
"Renda-se como eu me rendi.Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
10 de setembro de 2009 às 05:18Viver ultrapassa qualquer entendimento."
J B.Sciuba
Pororoca querida
15 de setembro de 2009 às 10:33Gosto de você como vc é...
Heloisa Villela
Postar um comentário
Deixe seu comentário.Não esqueça de deixar seu nome .